servidores técnicos rejeitam nova proposta do governo

“A greve continua. Lula, a culpa é sua!”, diz um cartaz dos servidores técnico-administrativos em greve na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). A categoria rejeitou a nova proposta do governo federal por unanimidade nesta sexta-feira (14).

Em greve na UFSC há três meses, os trabalhadores aprovaram a continuidade da paralisação em assembleia nesta sexta-feira (14) – Foto: Reprodução/Sintufsc

Os servidores, representados pelo Sintufsc, deflagraram greve em 11 de março, dia em que começou o ano letivo da graduação. Professores e estudantes também aderiram ao movimento desde então.

Publicidade

O Ministério da Gestão e Inovação no Serviço Público se reuniu com representantes da categoria na terça-feira (11) em mais uma tentativa de negociação.

“A greve continua. Lula, a culpa é sua!” protestam os servidores técnico-administrativos da UFSC – Foto: Reprodução/Sintufsc

A nova proposta aumenta o reajuste médio para 31,2% em quatro anos. Segundo o governo federal, os ganhos com progressão na carreira (chamados de steps) passarão de 3,9% para 4,0% em 2025 e 4,1% em 2026.

Os servidores técnicos já haviam garantido reajuste de 118% no auxílio-alimentação e 51% no auxílio-saúde e auxílio-creche.

O Ministério da Gestão, no entanto, manteve o reajuste zero para a categoria em 2024. O aumento seria de 9% em janeiro de 2025 e 5% em abril de 2026.

Reitoria da UFSC ocupada por manifestantes em greve – Foto: Beatriz Rohde/ND

“Mais uma vez, a proposta do governo não repõe as perdas salariais acumuladas nos últimos nove anos e exclui os aposentados. Por isso foi rejeitada, novamente, por unanimidade”, declarou em nota o Comando Local de Greve na UFSC.

“Após mais de 90 dias de greve, o governo federal manteve a proposta já rejeitada pela categoria, de 0% de reajuste salarial em 2024, com uma única mudança de um acréscimo de 0,1% (!) no step em 2026. Um escárnio com os trabalhadores federais em Educação!”, criticaram os grevistas.

Trabalhadores em greve na UFSC bloquearam entrada

Na manhã de terça-feira (11), um protesto dos servidores técnicos em greve na UFSC bloqueou o acesso ao Campus de Florianópolis. As entradas pela Trindade, Carvoeira e Pantanal foram fechadas por correntes.

A universidade informou às 14h30 do mesmo dia que o acesso já havia sido liberado. A manifestação, no entanto, viola as quatro recomendações que o MPF (Ministério Público Federal) fez à reitoria.

UFSC amanheceu com acesso bloqueado como parte do protesto nacional dos servidores técnicos na terça-feira – Foto: Reprodução/Sintufsc

Por meio do procurador da República em Santa Catarina, André Tavares Coutinho, o MPF orientou ações relacionadas à greve na UFSC. O documento pede que a reitoria garanta o livre acesso de todas as dependências da instituição.

O MPF ainda estabelece que o exercício de atividades deve ser garantido a professores, estudantes e servidores que optaram por não aderir ao movimento. A UFSC informou em 5 de maio que acatou as recomendações.