A Apufsc-Sindical, entidade que representa os professores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), promove uma assembleia nesta terça-feira (21). A categoria analisará a proposta apresentada pelo governo federal e deliberar se encerra ou não a greve.
A votação eletrônica que decidirá os próximos passos começa às 16h desta terça-feira e se encerra às 16h de sexta (24).
Os docentes da UFSC aderiram à greve nacional em 7 de maio, após 50,96% dos filiados ao sindicato votarem a favor da mobilização.
O movimento dos professores paralisou o ensino superior em todo o país desde 15 de abril para exigir o reajuste salarial, a reestruturação da carreira e a recomposição orçamentária das instituições federais.
Na quarta-feira (15), o governo federal apresentou uma nova proposta na tentativa de pôr fim à greve. O aumento seria de 13,6% até 2026 para docentes com salários mais altos e de até 31% para os mais baixos.
O governo manteve, porém, o reajuste zero para o magistério federal em 2024, uma condição que já havia sido rejeitada pelas entidades sindicais durante as negociações.
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos alega falta de espaço orçamentário. Além disso, os representantes da pasta afirmaram que essa é a última oferta durante a mesa de negociação na quarta-feira, segundo o jornal O Globo.
O governo marcou uma nova reunião para a próxima segunda-feira (27) sob expectativa de assinar o acordo com as entidades que acatarem a proposta.
A organização sindical Proifes-Educação considerou que “ainda que não contemple os anseios da categoria, a sua defesa e negociação, feita resilientemente e num cenário econômico e político difícil, conseguiu obter ganhos reais”.
Estudantes da UFSC aderiram à greve
O corpo estudantil da UFSC se uniu ao movimento em solidariedade aos docentes e servidores técnicos da instituição. O Diretório Central dos Estudantes aprovou a adesão à greve geral em 14 de maio.
“Não é hora de ficar em casa ou se acomodar. Nosso movimento só cresce e não aceitará coação, constrangimento, assédio e nenhuma deslegitimação”, publicou o diretório nas redes sociais.
Na quinta-feira (16), a universidade amanheceu com acesso bloqueado por barricadas no campus de Florianópolis. A ação fez parte dos protestos dos grevistas.
“Não podemos continuar a rotina na universidade com as estruturas comprometidas, caindo aos pedaços, salários defasados e número cada vez menor de trabalhadores”, declarou o sindicato Sintufsc.
Nesta terça-feira, o governo terá um encontro para negociar a greve dos servidores técnico-administrativos em educação, que exigem 37% de reajuste em três anos.
Os servidores da UFSC estão em greve desde 11 de março, quando iniciou o ano letivo da graduação.
Além do reajuste salarial, a categoria reivindica a reestruturação da carreira, a recomposição orçamentária e protesta contra o sucateamento do ensino superior.