Os relatos já conhecidos e as cenas gravadas em vídeos sobre delicadas operações de resgate das vítimas da hecatombe que se abateu sobre o Rio Grande do Sul vem projetando no Brasil e no mundo um fato inédito, com o excepcional trabalho de milhares de voluntários.
É a história do gaúcho que resgatou mais de 300 pessoas com um simples caiaque. É a gravíssima situação de hospitais, com médicos e enfermeiros circulando com água pelo joelho para atender os pacientes. É a iniciativa de astros do futebol distribuindo marmitas para os flagelados.
Some-se as mais elogiáveis iniciativas de prefeitos aqui de Santa Catarina, adotando cidades-irmãs e enviando para o território gaúcho caminhões, máquinas, técnicos e profissionais da saúde. Os mesmos que já viabilizaram o transporte de donativos e alimentos, em centenas de carretas e de várias regiões, há mais de uma semana.
São os empresários atuando nas áreas mais devastadas com seus helicópteros e aviões particulares para resgate de milhares de pessoas, com ênfase para o pioneiro, Luciano Hang, com sua frota nos primeiros dias.
Os jipeiros, agindo com bravura, avançaram em áreas perigosas onde o acesso era impossível para helicópteros, em função do mau tempo.
Outro destaque ficou com os pilotos de “jet skis”, igualmente, num raro mutirão coletivo, salvando e resgatando preciosas vidas humanas, acolhendo pessoas e animais domésticos.
Desde as primeiras inundações, a presença com destemor, como é tradicional, dos bombeiros militares e voluntários, sempre os primeiros a socorrer e os mais qualificados nas operações de salvamento.
Como as águas baixam muito lentamente e as chuvas não param, os novos desafios dos voluntários virão nos próximos dias. Com o natural cansaço, surgirão problemas psicológicos e, pior, o risco de contaminação.
Assim, os civis são, efetivamente, os heróis desta tragédia.