o gigantesco desafio da reconstrução

Nunca é demais enfatizar que as consequências da catástrofe que devastou o Rio Grande do Sul são inimagináveis. Os primeiros dados indicam que a reconstrução do valente Estado vai exigir um conjunto urgente de medidas e um esforço coletivo muito maior do que o já efetivado diante do pesaroso cenário da calamidade nacional.

De acordo com relatos oficiais, centenas de estradas estão total ou parcialmente destruídas, mais de 40 pontes foram levadas pelas águas. Cenas mostram um cenário desolador de imensas áreas de plantação de arroz, agora cobertas por cascalho e barro. Empresas foram aniquiladas.

Cidades inteiras – são mais de 200 – cuja recuperação já está sendo questionada. Autoridades já cogitam transferência geográfica. Se esta for a decisão, trata-se de um desafio monumental jamais enfrentado por qualquer agrupamento humano em território nacional.

Governo do RS estima que gastos para reconstruir o estado podem chegar a quase R$ 19 bilhões – Foto: Reprodução/Internet

Como, afinal, começar tudo de novo, o que envolve hoje centenas de milhares de famílias. Com que ânimo enfrentarão a dura realidade das casas e empresas totalmente destruídas pela força das águas.

Esta catástrofe que arrasou o Rio Grande do Sul é diferente daquelas vividas no Vale do Itajaí ou outras regiões do Estado e do país. Em geral, os rios sobem mais lentamente e no Vale as barragens atuam na contenção de sua força e velocidade das águas.

É fato. As águas sobem, invadem casas, apartamentos e empresas, em muitos casos com advertência de que haverá inundações. Mas não tem ocorrido, em geral, o desaparecimento inteiro de bairros, vilas e cidades, como agora no estado sulino.

Salva-se neste quadro de grande sofrimento e profunda tristeza, o excepcional trabalho dos voluntários gaúchos e de todo o Brasil. E, sobretudo, a histórica solidariedade do povo brasileiro, com todo tipo de ajuda, da material à humana, absolutamente indispensável.

Só a continuidade desta maravilhosa mobilização pode contribuir para amenizar a dor do povo e o grandioso trabalho de reconstrução.