preso por maus-tratos em clínica clandestina em SC fala sobre o caso

Após a repercussão do caso de uma clínica clandestina que foi fechada em Araquari, no Norte de Santa Catarina, na última quarta-feira (14), o responsável pelo local falou à reportagem do Grupo ND e comentou as acusações. Segundo ele, não havia intenção de prestar um serviço ilegal.

Clínica clandestina tinha situação "insalubre"Pacientes foram resgatados e homem foi preso em flagrante – Foto: Polícia Civil/Reprodução/ND

“Se fosse para manter algo ilegal, eu nem tinha feito o cadastro deles no posto [de saúde]. Quando eu vi nas notícias ‘ah, maus-tratos, alimentação inadequada…’, nenhum deles tem restrição alimentar. Não tem nada, são só os problemas mentais, no caso”, afirma o rapaz, que não quis ser identificado.

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Para manter o local, o homem recebia cerca de R$ 2 mil de cada família. “Outras residências é cinco, seis mil [reais]. Não é todo mundo hoje que tem uma renda de cinco ou seis mil para colocar um parente [em uma residência terapêutica]. Eu sei que meu público é um público mais carente”, afirma.

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Ainda de acordo com o dono da clínica clandestina, o valor da mensalidade teria sido aumentado para contratar pessoas para ajudá-lo a cuidar dos pacientes, inclusive uma enfermeira e uma cuidadora.

Investigação contradiz dono de clínica clandestina

Para as autoridades, porém, as condições da casa eram inadequadas. “A Vigilância Sanitária, nessa abordagem, identificou um local insalubre. Nenhuma condição de habitabilidade”, afirma o diretor de Vigilância e Saúde de Araquari, Diogo Lopes.

De acordo com a delegada Georgia Bastos, a situação da clínica clandestina era de muita sujeira. “Uma alimentação muito restrita, muita bagunça, muita sujeira. Eles estavam próximos de objetos perigosos, considerando que eles sofrem de transtornos mentais”, explica a delegada,

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Os pacientes que foram resgatados tinham idades entre 26 e 54 anos. Eles foram encaminhados para o Pronto Atendimento e passaram por avaliação médica.

Já o responsável pelo local, que foi preso em flagrante, passou por audiência de custódia e voltou para casa. Ele admitiu não ter alvará de funcionamento, mas afirma que iniciou o processo para obter o documento.

De acordo com o homem, os familiares dos pacientes acompanhavam o atendimento prestado no local. “Toda semana vinha sempre um familiar ver como estava. Tudo que eu fazia com eles, a família estava ciente”.

A prisão pegou familiares de pacientes de surpresa. Para uma mulher, que também não quis ser identificada, o homem foi “apunhalado pelas costas”. “Ele não é isso que falaram, entende? Ele está conseguindo fazer meu irmão parar de fumar. Eu tenho fotos aqui, ele é um bom cuidador”.

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Para a Polícia Civil, há elementos suficientes que demonstram que os pacientes estavam em situação de maus-tratos. O suspeito deverá responder pelo crime, segundo a delegada, mas os familiares também podem ser investigados.

“Agora, nosso trabalho é apurar a participação da família. Era conivente. Então, essa é a nova etapa para poder concluir a investigação”, explica Georgia Bastos.

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